
Estranho, clautrofóbico, original, surreal. David Lynch desde a sua estréia com seus curtas metragens ainda na Faculdade demonstrava ser um cineasta que viria a se tornar um dos maiores do cinema contemporâneo. Com sua estréia em longa, em um projeto que durou 4 anos, o mundo já o viu como um gênio. Ganhador do Prêmio de Melhor Filme no Festival de Cinema fantástico de Avoriaz, Eraserhead é o primeiro e na minha opinião, o filme síntese da obra de Lynch. Pois está tudo ali: a atmosfera onírica, o seu cinema sensorial onde o trabalho sonoro é tão ou mais importante do que as imagens, a mistura do real e do sonho tão característica na sua obra.
O filme conta a história de um homem que espera um filho de sua namorada. Sua insegurança, sua solidão, sua loucura é retratada no filme com toques de Bunuel mas sobretudo como um universo novo e único. O preto e branco da película, os pesadelos, a direção de arte e principalmente o desenho sonoro caracteriza um pesadelo e acima de tudo um grito de criação e arte.
Ereserhead será lançado em fevereiro e mostra mais uma vez o caminho que a Lume Filmes quer seguir no mercado de DVD brasileiro: o de uma distribuidora que quer mostrar para o público que ama o cinema como arte, de que é possível lançar filmes ousados e de qualidade, obras primas desconhecidas e filmes malditos. Sempre com respeito pela obra e pelo público que os assiste. O filme será lançado com um documentário sobre as filmagens e entrevistas com o diretor onde ele mostra todo seu trabalho de criação.