quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Bug de William Friedkim é filme corajoso

Filme estranho que mostra um cineasta sem medo de ousar e melhor, sem amarras nenhuma com o cinemão. Friedkim é um cineasta que já nos deu muita coisa interessante no cinema. Até seus filmes menores como Viver e Morrer em Los Angeles tem um sentido de urgência cinematográfica. Tem clima. Suas obras mais conhecidas são referências no gênero: O Exorcista para os filmes de terror moderno e Operação França para os filmes de perseguição.
Ele nos chega agora, aos 70 anos, com um filme estranhamente fascinante, apesar de todos os seus exageros. Possuídos (Bug) é filme que mostra um cineasta totalmente independente em um pingo de história fazendo cinema pessoal e corajoso. Passado todo em um único cenário, um quarto de motel barato americano, com dois atores se degladiando, mostra um incrível senso de direção. O trabalho sonoro, a decupagem, as atuações despojadas que poderiam ser canastronas, a história absurda, tudo dá certo.
O incrível é que o filme está sendo exibido em multiplexes pelo Brasil acostumados a Harry Potter e a Homens Aranhas, tão diferentes dos personagens retratados por Friedkim. Insanos, solitários, medrosos, sujos, verdadeiros. Na sessão que assisti ao filme, tinham 12 pessoas. Ao final da projeção, sobraram apenas três. Nenhum deles indiferente. O filme está sendo lançado pela California e vale duas ou três olhadas. Indiferente, você não vai ficar.

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