quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Stroyzek é obra maior de cineasta inovador

Werner Herzog meio que caiu no limbo. Um dos principais, se não o principal, cineasta alemão de sua geração, é hoje um criador respeitado, mas não idolatrado. Talvez pela irregularidade de seus lançamentos e o não convívio com o sucesso de público. Nos anos 70, ele, junto com Fassbinder e um jovem Wenders, era um dos pensadores maiores do cinema não só alemão, mas mundial. Filmes como Aguirre, Cólera dos Deuses e principalmente O Enigma de Kaspar Hauser, fizeram de Herzog um grande nome da Sétima Arte.
Stroyzek é o seu primeiro filme rodado, mesmo que parcialmente, nos EUA. E é um dos mais estranhos já realizado pelo diretor. Aqui ele acompanha o intinerário de um looser alemão, saído da cadeia, que acompanhado da amante prostituta e de amigo idoso esquizofrênico, vão para os EUA com a pretenção de ganhar dinheiro e viverem bem.
Stroyzek é inesperado e mistura com habilidade, humor e doses de tristeza. Bruno S. que havia antes protagonizado Kaspar Hauser, demostra ser não um ator, mas um ser humano versátil e notável, pois sua interpretação é naturalista ao extremo. Ele, na realidade, tinha os mesmos problemas psicológicos do personagem. O acordeão de seu personagem é o seu. As roupas são suas. E não foi só ele. Herzog construiu todo seu filme com intérpretes que não eram atores profissionais e que interpretam quase que a si mesmos. Tudo muito verdadeiro e por isso mesmo, muito comovente e original. Há muito o que pensar sobre Stroyzek. E sem dúvida, esse é o maior papel da arte cinematográfica. Stroyzek sairá pela Lume Filmes em fevereiro, com uma linha de áudio com os comentários de Herzog.

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